quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sofrer ou não, eis uma questão...

"A dor é inevitável, o sofrimento é opcional." 
Carlos Drummond de Andrade


Concordo muito com a frase creditada ao tão ilustre Carlos Drummond. As dores desta vida são inevitáveis, umas maiores, outras menores. Algumas trazem as lágrimas. Outras a angústia. São as dores do crescer, as dores das saudades, as dores dos erros cometidos. São tão inevitáveis as dores que os outros irão nos infligir: seremos decepcionados, frustrados e magoados (muitas vezes). As mães tentam sempre evitar as dores da vida aos seus filhos, mas em algum momento elas driblam as mães-zagueiras e chegam aos nossos corações de filhos. E cada fase da vida terá suas dores próprias. A dor de sair da casa dos pais. A dor de perder o primeiro emprego. A dor da morte visitando aos que amamos. A dor de retornar da licença maternidade e deixar o bebê na creche. A dor de perder as rédeas financeiras. Acho que é até impossível contar e listar todas as dores desta vida. Têm as dores inesperadas. As dores raras. Mas as únicas características que tem em comum são: 1. fazem parte da vida; e 2. são inevitáveis, algumas delas sempre chegaram.

Talvez até aqui todos concordem comigo. Mas a segunda parte da frase é mais intrigante. Se as dores são inevitáveis, como pode ser possível que sofrer seja opcional. Sim, sofrer é uma das possibilidades diante da dor. Se a dor é inevitável, precisamos aprender a passar por elas. Podemos viver a dor que nos visitar ou ficar apenas sofrendo nela (ou com ela). Que fazemos das dores que nos assolam nesta vida?

Eu escolhi que a minha dor gerasse vida. Isso não ameniza a dor, mas lhe dá sentido, ajuda a transcendê-la. Meu amigo e fundador da Comunidade que participo (Jeberton Teixeira) escreveu ainda hoje: "A maturidade e a fé para viver a dor não a aliviam, mas dá à ela um sentido de eternidade".

Escolhi viver as minhas dores no sentido cristão de sofrer.
Se quiser entender uma pouco mais sobre este sentido pode acessar: