quinta-feira, 22 de novembro de 2012

18 de novembro




Dia 18 de novembro vai ser sempre especial. 
Foi o dia em que começou tua luta pra viver fora de mim.
 Novembro de 2010, foi o mês mais longo que já vivi.
Mês de cti-neo. De duas cirurgias.

Tu, o garoto que tinha 5% de chance de viver mais de 48 horas, nasceu e viveu 7.632 horas.
Dia 18 de novembro eu me lembrei do trabalho de parto, da noite com contrações e da espera angustiante.
Lembrei de ver na face do teu pai grossas lágrimas que sussurraram no meu ouvido: "ele vai viver".
Lembrei da pediatra te trazendo enroladinho, roxo mas mexendo-se.
Lembrei da ansiedade de estar 'aprisionada' naquela maca de parto, sozinha com enfermeiras e médicos, chorando não a dor da sutura na epísio, chorando a dor de não ir contigo por aqueles corredores brancos.
Lembrei como foi bom te rever horas mais tarde, todo rosadinho e descobrir que teu cabelo era vermelho como fogo.
 Lembrei da tua estadia aqui em casa e de quanto pude te cuidar.
Lembrei como foi bom te ver ficar gordinho, crescer um tanto.
Lembrei como era bom te dar um colinho nas tardes de inverno.

Dia 18 eu lembrei de ti, filho e, como num filme ou num livro, lembrei do que tínhamos vivido juntos.
Lembrei e chorei. Lembrei e me alegrei.




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